Hoje, escrevo-te esta newsletter da mesinha do meu pátio ao som da conversa animada dos pássaros vizinhos. Resolvi aproveitar o bom tempo e romantizar este momento de escrita. Tenho a companhia do Indy (o meu cão, para quem não o conhece), a minha chávena de Golden Drink e tudo o que preciso para conversar contigo.
Vieram estes dias de sol e voltou a vontade de cuidar do exterior da casa. De preparar os pátios para momentos em família, cortar a relva e cuidar das plantas.
Apercebi-me que, durante os meses de inverno, não é só o autocuidado que precisa de ser recordado, pois facilmente é ignorado. Também o exterior da casa. A chuva molha tudo e o meu amigo de 4 patas traz terra e faz a festa da lama (Indy 1-0 Sílvia). As plantas dormem e as cores vão-se embora. Estender a roupa lá fora torna-se uma atividade inglória e, por vezes, atribulada (tempestade X, Y e Z). A possibilidade de passar tempo no exterior é quase esquecida. Mas apercebi-me, também, que não tem de ser assim.
Passei este fim de semana praticamente cá fora e que saudades tinha! Prometi-me que, no próximo inverno, criarei mais momentos ao ar livre. Usar a criatividade, desafiar a chuva ou o frio e trazer-me mais cá para fora.
Na teoria, sei que poderia ler um livro no cadeirão do pátio enroscada numa manta, poderia acender o braseiro e conversar em volta do fogo, poderia deitar-me na relva sob o sol do inverno. Sei disso tudo. Mas as vezes que isso acontece…melhor nem dizer.
Em parte, um fenómeno semelhante se passa connosco, os Seres altamente afetados pelo clima e pelo ritmo da natureza. Sabemos o que nos faz bem, mas será que o fazemos? E porque nem sempre? Este é o eterno debate entre a procrastinação e o cansaço, entre a determinação e a motivação…haverá uma solução?
Certamente que sim, mas não igual para todos. Como em tudo, o que serve para mim pode não servir para ti. Já fui de rotinas rígidas, as que me traziam culpa e sensação frequente de estar a falhar. Já fui de rotinas flexíveis, sobre as quais já escrevi várias vezes nesta newsletter, e ainda acredito nelas. Mas, hoje, sinto-me transitar para uma filosofia ainda mais adaptativa e que parece estar a dar os seus frutos.
Ao invés de rotinas ("primeiro acordar, depois espreguiçar, depois beber água…ai, não! primeiro era lavar os dentes. Puxa já estou a falhar!) gravito para rituais e quebro esses rituais em ferramentas. Tenho investido muito em criar um sistema que funciona para mim, que me ajuda a sentir-me melhor e a encarar os desafios da vida de forma mais leve. Investido em nutrir a minha caixa de ferramentas holísticas (nome inventado agora) que, com a prática, aprendo a usar quando preciso.
Esta jornada começou há uns anos, mas só este inverno pus realmente em prática e à prova esse conceito, a minha caixa de ferramentas. Juntei as ferramentas que me ajudam na minha saúde física e mental, sistemas que criam harmonia e organização nos espaços à minha volta e na minha agenda, ferramentas que me ajudam a navegar os baixos e a não esquecer o que são os altos, para mim.
Escusado será dizer que na minha caixa de ferramentas está:
o Yoga, dentro e fora do tapete - podes ler aqui o que escrevi sobre o tema
a Meditação, não suas diferentes formas - podes seguir esta meditação, se quiseres experimentar
o Journaling, todos os dias e, de forma natural, ao longo do dia - podes descobrir como começar a praticar ou como utilizar a escrita intencional aqui. E podes conhecer um pouco da minha jornada com o journaling aqui.
a respiração consciente, pequenos exercícios que me ajudam a voltar ao meus centro, a energizar, ou a trazer o foco, dependendo do momento - deixo-te aqui uma pequena prática.
dar valor aos pequenos rituais - bebericar a minha bebida favorita, ler algumas páginas de um bom livro, agradecer, trazer flores frescas ou fazer máscara facial com os meus filhos.
o movimento - o meu yoga no tapete, uma caminhada ao ar livre, espreguiçar-me de manhã, arrumar a casa, correr os meus 4 km (ontem consegui correr 5km e…estou aqui, vivinha!).
o cuidado com o meu corpo, mimar-me - cuidar do meu cabelo (o cabelo encaracolado dá muito trabalho! Mais alguém por aí?), das unhas, receber uma massagem, o meu ritual de skincare.
Este são apenas alguns exemplos, mas dentro de cada área tenho as minhas práticas prontas a serem usadas em cada situação. (E sim, elas estão escritas mesmo no meu journal) Como costumo dizer, requer prática saberes usar essas ferramentas de forma natural, sem esforço. Mas vale bem a pena!
Termos esta nossa caixa de ferramentas holísticas bem nutrida e pronta a usar traz-nos também aquela sensação de segurança, a confiança de que temos o que é preciso para fazer face aos desafios, superar dificuldades ou, simplesmente, darmos a volta ao nosso dia.
É o que me traz a mim e sinto-me grata, animada até por cada ferramenta nova que posso experimentar. Nem todas ficam, mas explorar novas formas de gerir o meu dia a dia, de me conhecer e compreender melhor, de gerir as minhas emoções e bem-estar apaixona-me.
Algumas das grandes vantagem que sinto em termos esta nossa caixa de ferramentas é que não requer grandes mudanças no nosso dia a dia, não exige muito tempo, não há como falhar ou estar em falta, e é altamente eficaz. E é sobre este tema que estou a escrever, no meu livro (eu a deixar pistas e a sair de fininho).
Se tens alguma questão ou partilha que gostarias de fazer, podes sempre responder-me diretamente por email ou deixar o teu comentário nesta publicação. Estou sempre por aqui feliz por poder esclarecer e ajudar-te a tornar o teu dia a dia mais leve e intencional.
O que tens tu na tua caixa de ferramentas holísticas? Quais as ferrementas mais valiosas que praticas? Fico sempre curiosa.
Uma boa semana para ti.
Com carinho,
Si
Journaling Somático - E é já esta quarta-feira dia 03 de abril pelas 19H a Aula Especial Online!